sábado, 13 de dezembro de 2008

Trabalho por encomenda

Na vida 'despreocupada' que levo, com independência e relativa liberdade pessoal e profissional, reparo que a necessidade de satisfazer o cliente traduz-se numa «prisão» igual à que muitos dos meus colegas têm nos seus empregos.

Os meus amigos enfrentam todos os dias a obrigação de estar no emprego a determinadas horas, de lá permanecer fazendo alguma coisa mais ou mesnos importante e que garanta que no final do mês irão ter a retribuição esperada. Uma vez por ano, são sujeitos a um processo anedótico de avaliação em que todos fingem ser ou os melhores ou que são maus mas não tão maus como isso. Enfim, vamos lá manter o emprego!

Quando deixei de ter emprego e de andar a aldrabar como os outros, fiquei só com trabalho. Enfim, todo o trabalho para o qual ainda possuía conhecimentos ou competências e conforme as minhas capacidades de tempo e recursos, ou seja, não muito por impossibilidade física. Passo a explicar, o trabalho para outros implica a oferta de disponibilidade de tempo exclusiva, o que impede de se poder trabalhar ao mesmo tempo para mais do que um cliente. Até se pode tentar, mas há sempre o risco de perdermos o cliente actual.

Passamos a trabalhar por encomenda e a adorar ter, de vez em quando, uma aberta para não fazer nada. Férias é difícil de marcar, porque antes de as podermos tornar fixas com compra de hotel e viagens, algum cliente marca algo que é «indispensável» para ele.

Vou ter de programar tempo para conceder ao meu mais importante cliente - Eu.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Não partir de todo

Viajar em trabalho já dissemos que é diferente de turismo. Isso é o que alguns pensam que é a vida folgada que vivem aqueles cuja vida implica estar em diferentes partes do mundo em colaboração com outros.

Antes da partida há sempre alguma preocupação e ansiedade. Não é o problema de fazer mala, para esse temos um treino grande e faz-se em 30 minutos. Não, trata-se da preparação técnica, de aguardar a documentação, ter de fazer vacinas ou consultas médicas para obtenção de receitas de medicamentos, etc.

Demora tempo, aquilo que se vai fazendo é condicional e às vezes não temos mesmo a certeza de irmos. Porque para alguns destinos é necessário obter vistos, percorrendo um percurso burocrático mesmo idiota.

Tão burocrmático como exigirem o preenchimento em maíusculas, com caneta de cor preta e, de cada vez que se pede o vitso, duas fotografias do tipo passe. A papelada toda é depois deixada à espera e, todas as semanas, (das duas ou três) que esperamos alguém por duas vezes tenta levantar os documentos já com a autorização concedida.

Pelo meio, este ano ocorreu a festa da independência de Angola (11 de Novembro) e o consulado «organizou» no Parque das Nações uma jantarada com festa. Emitiu convites mas alguém entendeu falsificar uma grande quantidade e em vez dos convidados esperados quem estava na festa eram os penetras.

O caso passou a ser de polícia e de zaragata e confusão. Isto dois dias antes da partida. No dia seguinte «lambiam» ainda as feridas e procuravam, os bodes expiatórios. Uma confusão atrás de outra e o trabalho não se fez.

Último dia. De manhã não são emitidos vistos e... de tarde o consul dá tolerância para as pessoas descansarem dos preclaços da semana.

Desta vez nem partimos.

Vejam a notícia:

"O Consulado de Angola em Lisboa informou hoje que abriu um "processo de averiguações" para apurar responsabilidades relacionadas com os desacatos ocorridos fora do recinto onde sexta-feira à noite decorreu a festa comemorativa do Dia Nacional de Angola.
Um comunicado do Consulado de Angola enviado à Agência Lusa adianta que a comemoração decorreu com "a total normalidade dentro do recinto", mas que se "verificaram fora do mesmo desacatos diversos dos quais resultaram danos materiais e, mais relevantes ainda, danos colaterais que afectaram a imagem de Angola".
Isto - acrescenta a nota - "num dia que deveria ter servido para cimentar a credibilidade que o povo e os dirigentes angolanos, em geral, e os residentes Angolanos em Portugal, em particular, procuram cultivar".
Na base dos problemas esteve o facto de terem sido emitidos e vendidos "bilhetes falsos que, sem a grande maioria dos seus adquirentes saber, causaram constrangimentos diversos à organização e a todos quantos legitimamente marcaram presença na comemoração do 33/0 aniversário da independência de Angola, explica o consulado.
Segundo noticiou hoje a cadeia de televisão SIC, dezenas de pessoas protestaram porque foram impedidas de entrar no recinto, junto ao Parque das Nações, levando à intervenção da PSP.
O Consulado de Angola esclarece que, dada a evolução dos acontecimentos, a organização do evento "solicitou a intervenção policial para repor a ordem pública" e "embora alheio às razões que provocaram os desacatos, apresenta as mais sinceras desculpas ao todos quantos se sentiram lesados pelo sucedido.
Agradece também "a pronta intervenção policial que, com toda a correcção, repôs a ordem pública".
Segundo os cálculos da organização, a iniciativa de 2008 de comemoração do Dia Nacional de Angola indicava que o evento acolheria de 2.000 a 2.500 pessoas, sendo que "além de alguns, poucos, convites oficiais, o acesso às comemorações fazia-se pela aquisição de bilhetes ao preço simbólico de cinco euros", nada fazendo prever o sucedido.| Lusa"

Ah! Ah! Ah!