sábado, 2 de fevereiro de 2019

Benilde, a minha mãe

A minha mãe Benilde, nome lindo e quase impossível de hoje encontrar, faria hoje 100 anos se fosse viva.

Deixou-me há 30 anos e continua a não haver um dia que não me recorde dela. Ficou um vazio pela morte inesperada que foi mais forte porque não teve tempo de conhecer as minhas filhas e acompanhar a minha transformação para a maturidade ainda que tardia.

Esta foto que foi tirada após o casamento com o meu pai em 1950, mostra a sua beleza física que aliada à sua ética, compaixão e amor pelos outros espelha também a sua beleza interior.

Não teve uma vida fácil. Durante a gravidez teve um envenenamento alimentar no trabalho que quase comprometeu a vida dela e dos gémeos de que estava à espera. Eu e o Peli. Após o parto dos dois «montros» voltou ao trabalho como enfermeira no mês seguinte - conforme as férias de parto dos anos 50, em Portugal.

No final da década de 50 começou a sofrer de uma persistente dor nas costas que se veio a verificar ser uma hérnia discal lombar. Foi operada com relativo «sucesso», em 1961, mas ficou impossibilitada de trabalhar e foi reformada por invalidez. Desde aí, mesmo com pouca saúde, fez a sua vida apoiar-nos na educação.

O seu aniversário era sempre comemorado, por vontade dela,  um dia antes para não calhar no dia de finados.

2-2-2019